segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quinta Poética




Mensalmente, a Casa das Rosas abre suas portas para a Quinta Poética, um grande encontro dos amantes da boa poesia, com a presença de poetas convidados e de um jovem poeta, que tem a oportunidade de apresentar seu trabalho. Grandes nomes da poesia, como Álvaro Alves de Faria, Beth Brait Alvim, Carlos Felipe Moisés, Celso de Alencar, Contador Borges, Eunice Arruda, Floriano Martins, Hamilton Faria, Helena Armond, José Geraldo Neres, Raimundo Gadelha, Raquel Naveira, Renata Pallottini, Renato Gonda, entre outros, já estiveram presentes nesses encontros, que são promovidos pela Escrituras Editora e a Casa das Rosas.

Os poetas:

José Geraldo Neres (anfitrião) (Garça SP, 1966) - Poeta, ficcionista, roteirista, autor dos livros Outros silêncios, (poesia, Escrituras Editora, 2009), Prêmio Programa de Ação Cultural - ProAC - Concurso de Apoio a Projetos de Publicação de Livros no Estado de São Paulo, 2008 e Pássaros de papel (Projeto Dulcinéia Catadora, edição artesanal, SP, 2007). Atua na área de Gestão Cultural, como produtor cultural, arte-educador, ministrando oficinas literárias, ênfase em criação literária e estímulo à leitura.

Edson Bueno de Camargo nasceu em Santo André (SP) em 1962 e mora em Mauá (SP). Publicou: De Lembranças & Fórmulas Mágicas (Edições Tigre Azul/FAC Mauá 2007); O Mapa do Abismo e Outros Poemas (Edições Tigre Azul/ FAC Mauá -2006), Poemas do Século Passado-1982-2000 e participou de algumas antologias poéticas. Participa do grupo poético/literário Taba de Corumbê da cidade de Mauá - 1º lugar nacional - 4º CONCURSO LITERÁRIO DE SUZANO – Categoria Poesia (2008) e 1º lugar do PRÊMIO OFF-FLIP DE LITERATURA 2006 – categoria Poesia.

João de Jesus Paes Loureiro - é poeta, prosador e ensaísta. Nasceu em Abaetetuba, Pará, às margens do rio Tocantins. É professor de Estética, História da Arte e pesquisador da Cultura Amazônica. É mestre em Teoria Literária e Semiologia pela PUC de Campinas e doutor em Sociologia da Cultura na Sorbonne, em Paris, com a tese Cultura amazônica: uma poética do imaginário. Sua obra Altar em Chamas (Civilização Brasileira) recebeu o prêmio nacional de poesia da APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte em 1984 e Romance das Três Flautas, edição bilíngüe português/alemão (Roswitha Kempf Editora) foi finalista do Prêmio Jabuti em 1987. Suas obras mais recentes são: Pássaro da terra (teatro, 1999), Obras reunidas (4 volumes, 2000), Do coração e suas amarras (2001), Fragmento/Movimento (2003), todos publicados pela Escrituras Editora, e Au-delà du méandre de ce fleuve, Acte-Sud, França (2002). Site: http://www.paesloureiro.com/

Marcelo Ariel é escritor e dramaturgo. Nasceu em Santos (SP) em 1968. Autodidata, mantém desde 1988 um sebo itinerante chamado O Invisível. Publicou, pelo Coletivo Dulcinéia Catadora, o livro Me enterrem com a minha ar 15 e, pelo selo LetraSelvagem, o Tratado dos anjos afogados e O céu no fundo do mar também pelo Coletivo Dulcinéia Catadora. Blog: http://www.teatrofantasma.blogspot.com/

Jorge de Barros (jovem poeta) tem 29 anos, nasceu em Santo André (SP), mas, conforme os costumes nordestinos, seu “embigo” foi enterrado no terreiro de casa em Mauá (SP). Formado em Letras, leciona há seis anos. É também blogueiro, cineclubista, contista, sindicalista e estudante de Ciências Sociais. Comete versos já há algum tempo, mas vem fazendo isso publicamente no ooficiodoocio.blogspot.com

Henrique Crispim é músico, compositor, poeta e atua no Grande ABC há mais de 8 anos. Participa do Clube Caiubi de Compositores, tendo se apresentado nos Festivais Internacionais da Canção em São Paulo. Recebeu o Prêmio Cantores de Andrade e menção honrosa no Mapa Cultural Paulista em 2005 e 2006, nas categorias de Canto Coral, como regente e defendendo suas canções. Coordena o Grupo Pierrot Não é Palhaço e está produzindo o CD de seu trabalho solo intitulado o Livro de Krisna, Cristo e Dionísio, que traz parcerias com compositores e poetas da região, como José Geraldo Neres e Cláudio Willer.

Percutindo Mundos é um projeto experimental de música contemporânea caiçara que trabalha com o universo da percussão, poesia e filosofia. As composições obedecem a uma linha de percussão melódica, minimalista e tribal, refletindo a condição humana e suas relações entre ancestralidade e contemporaneidade. Márcio Barreto (composição, luthieria, voz, percussão, flauta, escaleta, rabeca), Fernando Santos (percussão), Paulo Infante (voz, percussão), Thais de Freitas (voz, percussão), Galeno Malfatti (luthieria, percussão).

Kiusam de Oliveira (Santo André - SP, 1965) - Pedagoga, bailarina, coreógrafa, Doutora em Educação e Mestre em Psicologia (USP). Atua como gestora pública na Secretaria de Educação de Diadema, arte-educadora ministrando oficinas sobre empoderamento feminino a partir da pedagogia da afrodescendência através da Dança Mítica dos Orixás. Especialista nas temáticas racial e de gênero e autora da coleção infanto-juvenil "Omo-Obás: Histórias de Princesas", Mazza Edições (no prelo).

Marcello Santos – etnomusicólogo da Caravana Cultural (Ceará) - caravanaculturalce.blogspot.com


Quinta-feira, 30 de julho de 2009
a partir das 19h


Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos
Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP
Próximo ao metrô Brigadeiro.
Convênio com o estacionamento Patropi - Alameda Santos, 74
Informações: (11) 5904-4499

domingo, 26 de julho de 2009

Despertando a cidade com a poesia


[O poeta José Geraldo Neres participa da QUINTA POÉTICA na Casa das Rosas e 25/6/2009, promovido pela Escrituras Editora.]


AQUI ESTOU

desperta a cidade
em passos embriagados
faminta e cega

no seu sexo uma borboleta de navalhas
avança pelas paredes
sua voz aguda a engravidar edifícios

nas sombras dos homens mulheres crianças
sua boa respira espelhos
avança
não conhece o silêncio
avança

a construir avenidas de perguntas
ela me habita
abre-me os olhos
reconheço-me nas suas carnes
sou o estranho a caminhar nos seus vapores

sua voz avança em ruídos de sangue
enxuga seus olhos no ventre de uma velha senhora
elas se abraçam esculturas de jogo
pernas misturam-se
línguas recriam-se

aqui estou
cidade corpo faminto e cego
seus passos embriagados se hospedam em minha boca


José Geraldo Neres nasceu em Garça, SP, 1966. Ficcionista, roteirista e cofundador do grupo Palavreiros. Publicou Pássaros de papel (Projeto Dulcinéia Catadora, edição artesanal, SP, 2007 e Outros Silêncios, pela Escritura Editora, 2009, livro de onde retirou e recitou o poema acima. Email do poeta: jgneres@uol.com.br

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O cangaço na poesia brasileira (uma antologia)



Quando se pensa na presença do cangaço na literatura brasileira, imagina-se que tal presença se esgota na prosa de ficção e na poesia popular nordestina, a literatura de cordel. Poucos se dão conta, porém, de que o cangaço também tem deixado a sua marca em nossa poesia erudita.

A princípio, essa marca se impõe devido ao interesse de natureza testemunhal que o cangaço desperta nos poetas que lhe são contemporâneos; depois, com o passar dos anos, de modo semelhante ao ocorrido com o nosso romance, tal interesse começa a se transmudar em fascínio que ainda hoje se faz notar em poetas da novíssima geração.

O livro O cangaço na poesia brasileira, publicado pela Escrituras Editora, pretende dar uma medida daquilo que os poetas eruditos brasileiros têm produzido a partir do tema em questão. Com seleção e prefácio de Carlos Newton Júnior, a obra conta com poemas de Aleixo Leite Filho, Alexei Bueno, Ariano Suassuna, Ascenso Ferreira, Astier Basílio, Audálio Tavares, Braulio Tavares, Carlos Newton Júnior, Carlos Pena Filho, César Leal, Dorian Gray Caldas, Francisco Carvalho, Homero Homem, Jáder de Carvalho, Janice Japiassu, Jayme Griz, João Cabral de Melo Neto, Jorge de Lima, José Nêumanne Pinto, Luciano Maia, Luiz Carlos Monteiro, Márcio de Lima Dantas, Marcos Tavares, Marcus Accioly, Maria José de Carvalho, Maximiano Campos, Murilo Mendes, Myrian Fraga, Nertan Macêdo, Newton Navarro, Paulo Bandeira da Cruz, Sânzio de Azevedo, Sérgio de Castro Pinto, Virgílio Maia e Walmir Ayala.

Os mais antigos poemas desta antologia remontam a 1927 — quando o mais famoso cangaceiro, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, se encontrava no auge de seu poder —, estendendo-se até os autores contemporâneos.

“O cangaço é a expressão contínua de irredentismo que falta agregar à historiografia brasileira dos cinco séculos de colonização (...)
Pé ante pé, somente agora as letras científicas estão chegando à compreensão pungente que Carlos Newton Júnior nos mostra ter sido desfraldada desde ontem pelos alados da poesia.”
Frederico Pernambucano de Mello


Seleção e prefácio de:
Carlos Newton de Souza Lima Júnior nasceu no Recife (PE), em 7 de setembro de 1966. É professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), poeta e ensaísta. No campo da poesia, publicou O homem só e outros poemas (1993), Canudos: poema dos quinhentos (1999), Nóstos (2002), Poeta em Londres (2005) e De mãos dadas aos caboclos (2008). Organizou e prefaciou, entre outros livros, a poesia reunida de Ariano Suassuna, para a Editora Universidade da UFPE (Poemas, 1999), os ensaios do mesmo autor, para a editora José Olympio (Almanaque Armorial, 2008), e o álbum iconográfico Portal da Memória (2005), publicado pelo Senado Federal por ocasião do cinquentenário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), instituição na qual lecionou durante dezessete anos.